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23/08/2010

As Farc, o PT e os objetivos de longo prazo do Foro de São Paulo

Por Caio Rossi

Partidos de esquerda da América Latina e Caribe terão encontro no próximo ano

O Grupo de Trabalho do Foro São Paulo reuniu-se no mês passado em Manágua, na Nicarágua com o objetivo de preparar o IX Encontro dos Partidos Latino-Americanos e Caribenhos de Esquerda, que será em fevereiro do ano que vem, na própria Nicarágua.

O PT e os demais partidos integrantes do Foro, além dos partidos convidados à reunião, participaram das comemorações do XX aniversário da Revolução Popular, promovida pela Frente Sandinista.

O Grupo de Trabalho fez uma análise sobre a situação política e econômica da região, da crise do modelo neoliberal que sob os chamados "efeito-tequila, samba ou tango acaba escamoteando a realidade que empobrece os países lationamericanos e concentra a riqueza nas mãos dos países desenvolvidos.

Durante a reunião, tratou-se também da dolarização das nossas economias, que nos converte em reféns do Tesouro americano e de sua política monetária, com altas taxas de juros.

O Grupo de Trabalho constatou que os partido do Foro têm desenvolvido política de alianças que tem o objetivo, por um lado de garantir transições pacíficas à democracia e, por outro, de consolidar os espaços de poder até agora alcançados nos processos eleitorais, destacando-se os casos do México e da Nicarágua.

Colômbia -

Foi tratado com especial ênfase o caso das negociações entre a FARC e o governo colombiano para um acordo de paz que garanta a democracia e a justiça social, a abertura do diálogo entre o ELN e o governo para facilitar o desenvolvimento da comunicação nacional. Neste sentido, o Foro repudiou veementemente qualquer tentativa de intervenção norte-americana no conflito armado que ocorre no país...

Participaram da reunião do Grupo de Trabalho do Foro de São Paulo, além do PT, o PRD, do México; FARC, Partido Comunista e ELN, da Colômbia; Partido Comunista de Cuba; Partido Comunista de Guadalupe; URNG, da Guatemala; e FSLN, da Nicarágua. Estiveram presentes também o Partidos dos Trabalhadores do México e o PSD-Frepaso, da Argentina, que foram convidados especialmente, em decorrência do Seminário do Cone Sul. Compareceram ainda representantes do Partido Social-Democrata, da Áustria; Partido Comunista da França e Partido Socialista de Esquerda da Noruega...

Carta de apoio das FARC ao então recém-eleito Luiz Inácio Lula da Silva

Publicada na Folha de São Paulo, em 5 de dezembro de 2002
 http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft0512200207.htm (demonstrando que, ao se pronunciar contra as Farc durante a campanha, Lula somente despistava as atenções).

Carta das Farc manifesta apoio a Lula, Gutiérrez, Venezuela e Cuba

DA REDAÇÃO

As Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), principal grupo guerrilheiro de esquerda do país, expressaram ontem sua solidariedade ao presidente eleito do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, em uma carta enviada ao Fórum de São Paulo, organização de partidos de esquerda latino-americanos.

O fórum, idealizado pelo PT, realiza um encontro na Guatemala. Na carta, a guerrilha também manifestou apoio a Cuba, à Venezuela, aos argentinos, aos palestinos e ao presidente eleito do Equador, o coronel esquerdista Lucio Gutiérrez.

Durante a campanha eleitoral, Lula criticou a atuação das Farc e fez questão de desvincular o PT da guerrilha colombiana.

A carta das Farc tinha data de ontem e foi assinada na clandestinidade pelo chefe da comissão internacional do grupo, o ex-negociador de paz Raúl Reyes.

A mensagem foi difundida no dia em que o secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, em visita oficial a Bogotá, se encontrou com o presidente colombiano, Álvaro Uribe, e com a ministra da Defesa, Marta Lucía Ramírez.

A visita de Powell, a primeira à América do Sul desde os atentados terroristas aos EUA em 11 de setembro do ano passado, serviu como demonstração de apoio aos esforços do governo colombiano na luta contra o narcotráfico e os grupos armados ilegais.

Ela indica a possibilidade de uma ajuda financeira adicional para o Plano Colômbia, com o qual os EUA já contribuem com mais de US$ 1,3 bilhão.


 Entrevista do supracitado Raúl Reyes, então chefe da comissão internacional das Farc, como afirmou o artigo da Folha de São Paulo reproduzido acima

Em 24 de agosto de 2003, Reyes declarou abertamente a ligação das Farc tanto com Lula como com Chávez: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft2408200318.htm

“[...]

Folha - Vocês têm buscado contato com o governo Lula?

Reyes - Estamos tentando estabelecer -ou restabelecer- as mesmas relações que tínhamos antes, quando ele era apenas o candidato do PT à Presidência.

Folha - O sr. conheceu Lula?

Reyes - Sim, não me recordo exatamente em que ano, foi em San Salvador, em um dos Foros de São Paulo.

Folha - Houve uma conversa?

Reyes - Sim, ficamos encarregados de presidir o encontro. Desde então, nos encontramos em locais diferentes e mantivemos contato até recentemente. Quando ele se tornou presidente, não pudemos mais falar com ele.

[...]

Folha - Fora do governo, quais são os contatos das Farc no Brasil?



Reyes - As Farc têm contatos não apenas no Brasil com distintas forças políticas e governos, partidos e movimentos sociais. Na época do presidente [Fernando Henrique] Cardoso, tínhamos uma delegação no Brasil.

Folha - O sr. pode nomear as mais importantes?

Reyes - Bem, o PT, e, claro, dentro do PT há uma quantidade de forças; os sem-terra, os sem-teto, os estudantes, sindicalistas, intelectuais, sacerdotes, historiadores, jornalistas...

Folha - Quais intelectuais?

Reyes - [O sociólogo] Emir Sader, frei Betto [assessor especial de Lula] e muitos outros.

[...]

Folha - Que relação as Farc mantêm com o governo venezuelano?

Reyes - Estamos propondo ao governo de Hugo Chávez uma explicação sobre a política das Farc em relação aos países vizinhos.

Folha - Existe contato ou não?

Reyes - Temos informações muito positivas sobre Chávez, um bolivariano patriota que luta pela dignidade do seu povo. Nós o admiramos muitíssimo [...]”

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